II JORNADAS DE EMERGÊNCIA PRÉ-HOSPITALAR

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II JORNADAS DE EMERGÊNCIA PRÉ-HOSPITALAR

terça-feira, 22 de janeiro de 2008

Urgências.......sempre as urgências.............

Deslocações de doentes prejudicam emergências

Em Portugal não existe nenhum organismo que coordene a imensa frota de ambulâncias de que o país dispõe. O INEM só tem competência para a gestão do transporte pré-hospitalar, recorrendo às suas viaturas e às viaturas dos bombeiros equipadas para o efeito. O problema é que os bombeiros também utilizam estas ambulâncias para outros serviços, como o transporte de doentes (para consultas ou tratamentos) e inter-hospitalar (transferências entre unidades de saúde). Nestes casos, apenas o quartel onde a ambulância está sedeada conhece o seu paradeiro. Na prática, o INEM conta com elas, apesar de estarem ocupadas e indisponíveis para o socorro de emergência.Com os recentes encerramentos de serviços de saúde, os bombeiros admitem que tem crescido o número de transportes entre unidades. Madeira Grilo, presidente da Federação dos Bombeiros da Guarda é peremptório na denúncia da situação. "Há um incremento no movimento das transferências hospitalares, seja para o Hospital da Guarda, como para os hospitais de Coimbra, Viseu ou Covilhã. Os bombeiros ressentem-se desta situação. Desgaste de material, maior ocupação de homens e ambulâncias e, nalguns casos, necessidade de adquirir mais meios".
José Requeijo, comandante dos Bombeiros de Moimenta da Beira, cujo SAP encerrou a 01 de Abril de 2006, lida há um ano "com um aumento brutal nos tempos de ocupação de ambulâncias. Hoje todas as ambulâncias são poucas numa corporação que trabalha com os hospitais de Viseu, Lamego e Vila Real". Em Bragança o cenário é idêntico. Humberto Martins, presidente da Federação dos Bombeiros do distrito, afirma que "o tempo de espera no hospital de Bragança tem aumentado. A minha corporação tem nove ambulâncias e chega a ter cinco paradas no hospital".Apenas quando uma ambulância sai do quartel para uma emergência pré-hospitalar é comunicada a saída ao Centro de Operações de Socorro (COS), da Protecção Civil, e ao Centro de Orientação de Doentes Urgentes (CODU) do INEM. Quando as ambulâncias estão a ser utilizadas noutro tipo de transporte, ficam indisponíveis para a emergência pré-hospitalar, mas estes centros não o sabem. E "afecto ao pré-hospitalar está apenas uma ou duas viaturas de socorro. A corporação de bombeiros tem outros veículos equipados para esse serviço que entretanto podem estar a desempenhar transportes clínicos", afirma Paulo Jesus, presidente da Associação Nacional de Bombeiros Voluntários. Existe ainda "uma grande maioria de corporações que dispõe de ambulâncias medicalizadas, isto é dotadas de suporte imediato de vida, que utiliza noutros serviços que não o pré-hospitalar e cujo paradeiro é desconhecido de quem activa as ambulâncias para as emergências". Se uma ambulância sai para um SAP ou urgência básica, "comunica o fecho da emergência e segue com uma condução de doentes". Todavia quando comunica ao COS e CODU o fim do serviço de emergência deixa automaticamente de ser gerida operacionalmente por aqueles organismos. "Se houver outras emergências, estes centros não conhecem a localização dos restantes veículos da frota de ambulâncias". Telefonistas de diversos quartéis confirmam ao DN: "Quando a ambulância sai de um SAP, é considerada disponível. Na prática não está, porque na maior parte das vezes segue com o doente para os hospitais". Se entretanto surgir uma outra emergência e o quartel for solicitado "as ambulâncias não estão cá e andamos a ver onde existe uma disponível para efectuar a emergência", revela uma corporação de S. Pedro do Sul. Uma fonte do INEM confirma: "onde deixou de haver serviço de urgência, a ambulância passa na consulta aberta e, se for caso disso, prossegue com o doente para a urgência mais próxima. Mas antes comunica a conclusão do serviço ao CODU e COS. Está a levar o doente às verdadeiras urgências apesar de estar dada como disponível ."

FONTE: DN

1 comentário:

Carlos Soeiro disse...

Um dos problemas aqui focados pode um dia ser grave, ou seja, se houver um grande acidente, como ainda há pouco houve na A23 com um autocarro, o CDOS vai acionar meios que existem nos Corpos de bombeiros, ora acontence que como a maior parte das saidas de meios não é comunicada ao CDOS, falo de transferencias, consultas, etc, eles vao accionar meios que na realidade podem nao estar disponiveis! Isto era fácil de resolver, basta que todos as ocorrencias tenham registo no CDOS, independentemente da sua natureza, até pode ser com nºs de ocorrencias diferentes, mas só assim eles sabem que meios andam na rua e os que estão disponiveis, aliás já foi assim em tempos. Esta situação é conhecida e deveria ser resolvida!!!